Assim como mencionamos em um artigo anterior sobre problemas auditivos em bebês, com dados e possíveis causas para problemas aditivos em recém nascidos, neste artigo exploraremos a parte médica e explicaremos como funcionam os testes auditivos em recém nascidos.
Porque testar a audição de um bebê?
Testar todos os recém-nascidos é fundamental para a identificação de problemas auditivos congênitos pois esses podem acometer os bebês que não apresentem qualquer indicador de risco para surdez.
A principal característica da audição, em bebês, é proporcionar o desenvolvimento da linguagem, um problema auditivo precoce pode dificultar ou até mesmo impedir a aquisição da fala de uma criança em desenvolvimento. Os primeiros 6 meses de vida são decisivos para o desenvolvimento futuro da criança deficiente auditiva e, respeitar esse prazo traz chances muitos positivas para a criança.
TAN – Triagem Auditiva Neonatal
O processo de detecção de alterações auditivas deve começar com a triagem auditiva neonatal, acompanhada do diagnóstico, protetização e intervenção precoces. A triagem auditiva neonatal (TAN) é a única estratégia capaz de detectar precocemente alterações auditivas que poderão interferir na qualidade de vida de uma criança e deve ser realizada em todos os recém-nascidos, preferencialmente durante a internação na maternidade ou até o primeiro mês de vida.
O objetivo dessa triagem é identificar perdas auditivas maiores ou iguais a 35 dBNA ou que possam prejudicar o desenvolvimento normal da criança como no caso da neuropatia auditiva.
Os procedimentos usados na TAN são as emissões otoacústicas (EOA), recomendadas para todos os recém-nascidos e/ou o potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE) para aqueles que apresentam algum indicador de risco para surdez, segundo o Joint Committee on Infant Hearing.
Os indicadores de risco para surdez são:
- História familiar de deficiência auditiva congenital.
- Síndromes associadas à deficência auditiva.
- Malformação de cabeça e pescoço.
- Internação em UTI neonatal por mais de 5 dias.
- Muito baixo peso ao nascer, ou seja, peso inferior a 1500g.
- Asfixia perinatal grave.
- Uso de ventilação mecânica por mais de 5 dias.
- Infecção congenita ou adquirida.
- Meningite bacteriana.
- Uso de aminoglicosídeo.
- Hiperbilirrubinemia a nível de ex-sanguíneo transfusão
- A triagem auditiva neonatal universal (TANU) consiste no rastreamento auditivo de todos os recém-nascidos (RN) antes da alta hospitalar.
Os bebês sem indicadores de risco de surdez também fazem testes?
Sim, a triagem auditiva universal é recomendada, porque, se rastrearmos somente os recém nascidos que apresentarem os indicadores de risco, estaremos perdendo aproximadamente 50% dos indivíduos que apresentam perdas auditivas congênitas, ou seja, a metade da população infantil com surdez não será diagnosticada precocemente, pois não apresenta nenhum indicador de risco ao nascimento.
Apesar da incidência de problemas auditivos serem maior nos recém nascidos que ficam na UTI Neonatal, nem todos da UTI são de risco para surdez. Recomenda-se realizar o exame de rotina tanto nos da UTI quanto nos que estão no berçário de normais.
Estudos mostram que a cada 1000 recém-nascidos sem risco para perda auditiva, 3 deles apresentarão alterações e para cada 1000 recém-nascidos do grupo de risco, 6 apresentarão alterações auditivas.
Esses exames são oferecidos pela rede pública de saúde e em clinicas e consultórios particulares.
O Centro Auditivo Ouvirmais, tem profissionais capacitados que podem lhe auxiliar e esclarecer suas dúvidas. Entre em contato
Vale lembrar que a lei nº 12.303, sancionada em 02 de agosto de 2010, torna obrigatória a realização gratuita do exame de emissões otoacústicas, conhecido como teste da orelhinha.